lucros e rentabilidade
Acordado atordoado com os vencedores
Golpeiam como invasores em sulcos de dor
Gingam em palcos de silicone o alimento
Indigesto sofrimento
Milhares de milhões outros glutões
Germinam em canteiros vermes daninhos
A terra desmancha-se em covil de formigas
Engravatados artilheiros abastados
Tricotam no alimento a espessura do poder
Oleosas as palavras profetas roedores
Arquitetos de pontes manto o santo abraça
Dorme menino dorme amanhã voltarás menino
Sem trapo sem pão
Tens um amigo canino
Mastigas o poema
Afortunado com nada
Esvazias o olhar
Devagar
Não entendes não importa
Morto de ti esventrado
Acocorado no templo fechado
Choras secas as lágrimas
Que importam
As páginas que te aquecem
Emprancham o equilíbrio da tua desgraça
Festim na barcaça que se penteia na vitória
Vences na ganância que desarrolhas
Vences no teu leme acostumado
Vences os vencidos na plateia
Discursas no flash da desgraça
Viveremos sem ti no poema
Viveremos sem ti na dureza do pão
Viveremos sem ti no canto da liberdade
Viveremos sem ti no amasso de um beijo
De uma mão
Sem ti serei
Esmagar-me-ei.
eugeniohenrique 29-07-2023