Crepúsculo Áspero
O aroma do sol eleva e estala
Florescem as palavras em mudez vadias
Imagens do inóspito desenhado na luz
Florescem silvados na sombra que embala
Água turva de inverno acabado
O aroma daninho no bordado perfume
Inverso em terra desdobrada
Sulcos que envelhecem mastigados
Queimor safado ceifado
Pedras malhadas desassossegadas
O aroma do sol tritura o colo todo
Pétalas secas especulam
A poética do nada regaço
Do olhar turvado em sequeiros
Agrafamos à pele pedaços nudez
A dor desenha em fuga o aroma
Do sol que se apaga em noite
eugeniohenrique 21/03/2023