de mim assim
foge de mim tenho-te em consumo bebo da dor fragrância apertada
tontaria debaixo da pele o céu que olho em água espelho luz
dobro-me no espaço cheio bebo na totalidade caio adormecido
cambaleio pedaços do meu corpo tristeza vã inútil estar nada
toco no suspiro que respiro no olhar que pestanejo o céu na água
desenho depurado mastigado todo nuvem inquietada leveza ausente
tricoteio na sombra o traço que fustigo foge de mim assim
rasuro na planície água plácida desdobro o olhar movimento lento
trauteio em pautas densas tenho-me na refração da dor e não paro
burilo dentro de mim a inquietude não sendo poeta embacia a luz
respaldo nas palavras que vão é noite e lento vou caindo
eugeniohenrique 20/11/2022