segunda-feira, 5 de julho de 2021

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 Violetas_Op.13_Pathétique


o sol encosta-se na luz que ofusca o olhar 

o vento pouco que me acorda no limite dança em pontas 

enrosco-me no sabor da noite que vem olho desenho

ato-me na finura do desejo voar em letras de sol que vai

na hesitação perpetuo o tamborilar do silêncio 

a luz afunda quente rente à margem da pele

arrefece o olhar na distância que arde chão

violetas que se aconchegam no bosque traços negros

arrulhos adormecidos cocuruto em festim 

as portadas abrem-se no brilho do fogo que espreita

sonata lenta sopros dedilhados rostos suados

dança em crina timbre nos dedos que te garatujam 

? Quanto do tempo há no vestígio desta luz

? Quanto do tempo há no vestígio de ti

violetas as horas que não me fujam 

eugeniohenrique 4/07/2021