sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

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fum_aça

nunca quis tanto saber de mim não sabendo quero muito estar na fumaça em vento sopro de saudade não te tendo não me tenho todo que raça é esta noite vã vazia no toque espreguiço desejo devagar como quem sente estalido em te ter e não ter o rio leva na margem o temor pintalgado leve vertigem serpenteada em sono longo estás longe o fumo da fumaça nada me diz desassossego meu flores tocam os sinos desenhos aromas tângeras vozes  de mim só quero tanto saber de mim por ti ateio a luz no colo do meu peito mendigo de mim imperfeito e lateral à minha razão que não agarro sombra do meu olhar bule no fio da luz arpando linhas que ergo erguendo o meu corpo fora dele tendo-te no silêncio lento que vai no fumo da fumaça esconderijo escondo-me no pouco que me tenho quero tanto ter-me tendo inteiro 

eugeniohenrique 28/12/2018