sonoestreiteza
Na noite a janela abre-se dentro nas estrelas
Ensonado torço as palavras que estalam
O brilho estreito vem no olhar dentro do limite
Sussurro na penumbra e danço na cegueira
O fio de luz enrola o tempo no meu colo
Estou no canto acocorado no latejar da ausência
Há um traço mínimo que gira no solo que me tem
Trepo e nele tenho a surdez do canto maneira
De ser na noite que se abeira e me torce no peito
Quanto do espaço não tenho enrolado no manto
Debaixo da pele que pula em espanto
Exausto na solidão desenho linhas
No corpo em dança no redanho das letras que trago
Travo no sono estreito a pronúncia do silêncio
Desamparo meu que desfia o fio do outono
A folha adormece no desenho e cai
eugeniohenrique 22/10/2023