sábado, 22 de dezembro de 2018

traço_destraçado | 031

Sono no chão

Durmo nas palavras que procuro finjo de mim assim
Os traços que respiro película de seda
Vereda de esboços trauteiam fugas cansado
Nuvem em cinza pinguela sonhos que tiro à noite
Quantas as linhas amarradas engomadas estafado
Poeira de vento em sono no chão desarmado rio
Coro de fadas fedorentas em jasmim fogueira de pó 
A mão treme linha de ser finjo ensonado
fragilidade habitam sons borboletas e cometas
Feras em barcaças de papel palco de mel
Assim vai o dia à vez de cada 
Postal de escombros na pedra que mói água fria
No desenho tudo habita rua de poetas ameaças
Putos de cuecas vozes de canto em pássaro doido
Descalço de ser coragem petas que foi
Se fosse santo pranto banco a noite vem 
Escrevo no chão o sono que adormece

eugeniohenrique 22/12/2018