sábado, 8 de janeiro de 2022

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 viagem_ao_silêncio_vou 


Leio nos olhos assomos trémulos pinguentos

Noite em poemas debaixo da pele áfonos

O postigo estreita o olhar no frio 

As pedras ecoam linhas de longe vem

Epiderme desenhada em rasura finura

Sonora a veia que em timbre lento

Vibra no silêncio sopro vento

Trémulos esses olhares azeitona cristal

Desdobro a aparência tempo espessura 

Fadiga tanta incerteza na vidraça

Que espelha sem mordaça o ventre

Do vento nuvem esfumada nos desejos

Toldos de pele fina silêncio fura

A luz afunda rente à margem do sopro

Tortura de querer tanto o céu encolhe

Páginas de nada desenhos nas linhas ninhos

De azeitonas que o espaço esmaga sabor

Silêncio em aroma urze violetas sol que vai

Corro na corrente do ar que turbilha 

Olhar para lá manta de beijos tempo espessura

Silêncio dura viagem debaixo da pele 


eugeniohenrique  08/01/2022