viagem_ao_silêncio_vou
Leio nos olhos assomos trémulos pinguentos
Noite em poemas debaixo da pele áfonos
O postigo estreita o olhar no frio
As pedras ecoam linhas de longe vem
Epiderme desenhada em rasura finura
Sonora a veia que em timbre lento
Vibra no silêncio sopro vento
Trémulos esses olhares azeitona cristal
Desdobro a aparência tempo espessura
Fadiga tanta incerteza na vidraça
Que espelha sem mordaça o ventre
Do vento nuvem esfumada nos desejos
Toldos de pele fina silêncio fura
A luz afunda rente à margem do sopro
Tortura de querer tanto o céu encolhe
Páginas de nada desenhos nas linhas ninhos
De azeitonas que o espaço esmaga sabor
Silêncio em aroma urze violetas sol que vai
Corro na corrente do ar que turbilha
Olhar para lá manta de beijos tempo espessura
Silêncio dura viagem debaixo da pele
eugeniohenrique 08/01/2022
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