quarta-feira, 14 de junho de 2023

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 nascernoventolento 


Trago no colo os dias que nascem no rio sonolento

Desenho nas linhas de água o sabor de acordar

Escuto na lonjura de mim afagos no tempo que trago

Pestanejo o silêncio que ondula em espaço mínimo 

Levantam-se nos interstícios da voz afundada tontura

Ritmos de pétalas que esvoaçam aroma de água salgada

Caminho de violetas adornam os dedos pianíssimos

Maresia pele macia canto sussurros leveza

Borboletas em pingos de ardor o sol estala fogo

Saio de mim outro vem em nascer no rio vento


eugeniohenrique 14/6//023


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