sedetenhosede
Que coragem é essa que o chão esconde cavo no medo
Repouso o olhar no traço largo de água espelho de brilhos
Um pequeno bote desenha linhas outras os abraços em remos
Acomodam o medo ausente desliza manhã silêncio
Notas de amarelo e azul pequeninas levantadas do chão
trazem às palavras por dizer o embalo de colo
Olho a outra margem espreito no frio do espanto
A quietude que amacia a distância de lá
Que coragem é essa que te afasta em linha seca
Desta luz minha travo de pétalas em pele fina
É o canto do sussurro que vem no sopro
Escuto o som do vazio distante em timbre
De rosto nuvens de ouro quanto canto silvo
De infantis que voam em tombaria tonta
Que coragem levanta o tempo do sol
Que acolhe o sono em manta desajeitada
Toscas raras essas as palavras gorjeadas
A maciez do vento que me toca tocaste
No rosto do meu desejo e o sol encosta devagar
No sino que badala acorda coragem voo de asa
Raso à água onde nadas sobre mim quero a tua pele
Enlaçar-me nas nuvens apetece-me tanto
Ser gemido arrulho tido pestanejo suor
Coragem que o chão esconde em rasura
Leva-me no teu rio de pétalas cacho de aromas
Sou o bote que desenha na água tenho sede
eugeniohenrique 16/07/2021
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